São Teotónio a andar sobre as águas do Minho
Ganfei
11 de novembro, 2019
Num dia de festejos na vizinha cidade de Tui os pais de São Teotónio foram até à vizinha Galiza à romaria. Teotónio ficou em Ganfei, segundo a crença popular, a tomar conta das searas de centeio não deixando os pássaros apossar-se do cereal.
Mas o gosto por ir, também, até à romaria tudense levou Teotónio a meter os pássaros todos no caniço. Com um simples assobio atraiu os pássaros até ao caniço onde ficaram fechados e Teotónio liberto da tarefa de tomar conta das searas.
Chegado às margens do rio Minho não esperou pela barca de passagem colocou o casaco nas águas do rio e atravessou até à outra margem.
Os pais quando o encontraram em Tui disseram-lhe: "Teotónio a estas horas já os pássaros comeram todas as nossas searas de centeio". Ao que Teotónio respondeu: "Os pássaros estão todos no caniço, estejam descansados".
Preocupados os pais perguntaram-lhe: "Como atravessas-te o rio?" "Em cima do meu casaco". Respondeu Teotónio. Os pais ficaram incrédulos, mas no regresso confirmaram o dom divino de Teotónio ao atravessar o rio Minho, de regresso a Ganfei, em cima do casado sobre as águas.
O Rio Minho, São Cristovão e os Peregrinos a Santiago
Rio MInho
11 de novembro, 2019
O rio Minho tem associadas, na sua passagem por Valença, várias lendas e tradições. Uma das mais conhecidas associa-se à figura de São Cristovão e ao papel que desempenhou nas travessias do rio antes da existência das barcas.
A tradição local conta que Cristovão, homem de elevadíssima estatura, transportava aos ombros todos aqueles que pretendiam atravessar o rio.
Passou novos e velhos, ricos e pobres e até uma criança, que veio a saber-se ser o Menino Jesus, que quis experimentar a fé e a lealdade do bom gigante.
O povo conta que até com o aparecimento das barcas os préstimos de Cristovão continuaram a ser muito úteis. O bom gigante continuou a carregar as almas daqueles que, após a morte, tinham de peregrinar até Santiago, em especial os que não tinham tido a sorte de levar no caixão as necessárias moedas para pagar a travessia ao barqueiro. É que, de acordo com uma velha tradição minhota, todo o bom cristão deveria ir, pelo menos uma vez na vida, como peregrino a Compostela.
Se o não fizessem em devida altura, tinha de lá ir como defunto, num trajecto em que era necessário atravessar sete rios, o que acarretava pagar aos barqueiros. A sua acção foi tão profícua que os povos em redor do rio até o escolheram para padroeiro de uma das suas paróquias: Gondomil.
A Princesa Contrasta a herdeira do reino
Fortaleza de Valença
11 de novembro, 2019
Era a princesa Contrasta a herdeira de um reino cuja capital era Valença. Certo dia o reino, do qual era herdeira, foi atacado por um príncipe mouro que, ao vê-la, pretendeu ficar com ela. Como o pai de Contrasta já era velho, não pode fazer frente ao seu inimigo e acabou por refugiar-se no seu jardim, onde acabou por morrer de desgosto. A natureza, que naquela altura era bem mais actuante e compassiva que na actualidade, acompanhou a dor daquele rei, ao ponto de as flores ao caírem transformarem-se em pedras que ocultaram o seu corpo e estas numa poderosa muralha.
O príncipe vencedor, furibundo por não tê-lo encontrado, acabou por matar a irmã mais nova de Contrasta. Os gritos aflitivos da jovem fizeram aparecer a irmã que, por sua vez, também acabou justiçada junto de uma árvore. A filha mais nova, por vontade dos pássaros, foi transformada na Porta do Sol e a bela Contrasta, porque iria ser rainha, recebeu como galardão a coroa que encima a Porta da Coroada.
O maléfico principe assassino, como castigo dos terríveis actos praticados foi pelas forças da natureza arremessado ao fundo da colina e transformado no rio Minho e condenado a pedir, eternamente, perdão às suas vítimas.
Rainha Santa Isabel Peregrina a Santiago de Compostela
Fontoura
11 de novembro, 2019
De acordo com a tradição por Fontoura passou a rainha Santa Isabel em peregrinação até Santiago de Compostela.
Após passar a portela de Cossourado, vinda dos lados de Rubiães, parou num caminho próximo da igreja de Fontoura para descansar e beber numa fonte que por ali havia. A presença da velha rainha não passou desapercebida aos lavradores que labutavam nos campos.
Ainda, hoje, muitos chamam a essa fonte, a Fonte Santa.
Ao verem as azémolas que transportava a comitiva, chegaram-se ao caminho e mais uma vez ela distribuiu pão, sorrisos e afagos aos mais necessitados.
Apoiada na sua bengala acolheu-se, naquela noite, a uma casa fidalga do vale e no dia seguinte lá seguiu rumo a Santiago de Compostela.