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FEIRA ANUAL DOS SANTOS


Milhares de portugueses e galegos rumaram a Cerdal, no 1 de novembro, para viver a multitudinária Feira dos Santos, a maior feira de todo o Noroeste Peninsular, classificada como Património Cultural Imaterial de Portugal.

A feira anual é ponto de encontro e romaria de milhares de portugueses e galegos que cumprem a secular tradição de comprarem o vestuário, as louças, o calçado, percorrer as tasquinhas, apreciar o gado cavalar, caprino e ovino, os produtos do campo, as maquinarias agrícolas, os parques de diversões e uma infinidade de outros atrativos.

Os milhares de visitantes proporcionam um dia de grande impacto económico em Valença, tanto para os feirantes como para a freguesia de Cerdal, para o sector da restauração e para o tecido comercial de Valença e da Fortaleza que, também, tem um elevado número de visitantes, neste feriado.

Esta secular feira é um verdadeiro ex-libris e um escaparate do Noroeste Peninsular, com mais de 400 tendas onde se vende de tudo. Este é o principal evento de outono da Galiza-Norte de Portugal. Esta é uma feira que espelha séculos de história e tradição, congregando saberes, tradições e rituais que se mantém bem vivos.

Na Pista das Corridas os ginetes mostram a beleza do nosso cavalo, o Garrano. As corridas de cavalos, em passo travado, decorrem durante tarde, com a pista “à pinha” de curiosos para ver a destreza de cavalos e ginetes. Os emblemáticos cavalos garranos dão um colorido especial à feira do gado que contou, ainda, com animais caprinos e ovinos e uma ampla área de maquinaria agrícola.

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Lanço da Cruz

Lanço da Cruz – Páscoa entre o Minho e a Galiza

 

A Cruz Pascal atravessa o Rio Minho, num tradicional compasso pascal transfronteiriço, com o emblemático Lanço da Cruz, na Segunda-feira de Páscoa.

O rio Minho é o palco desta tradição pascal, dos pescadores de Cristelo Covo, em Valença (Portugal) e de Sobrado, em Tomiño (Galiza), candidata a a Património Imaterial de Portugal

 

Milhares de minhotos e galegos são esperados, todos os anos, nas duas margens, nesta festividade onde a tradição, a fé e a devoção misturam o cristianismo com os mais antigos cultos pagãos das águas.

O Santuário da Senhora da Cabeça, o parque de merendas do Cais de Sobrado e o rio Minho são os palcos desta autêntica romaria galaico-minhota que decorre sempre na segunda-feira imediata ao fim de semana da Páscoa.

LANÇO DA CRUZ E PROCISSÃO FLUVIAL

Pelas 16h00, depois da visita pascal a Cristelo-Covo, o pároco com a Cruz Pascal, entra num barco de pesca, no Cais da Fonte e dirige-se até ao meio do rio. Em Sobrado o desfile dos Chimpins (pequenos tratores) enfeitados, cheios de populares e com a Cruz Pascal dirige-se para o rio, onde os populares embarcam nos barcos de pesca. A meio do rio encontram-se as duas cruzes, beijadas pelos párocos e comitivas. A portuguesa segue para Sobrado e a galega para Cristelo Covo, sendo dada a beijar nas duas margens, entre o soar dos bombos, das pandeiretas, das castanholas, concertinas e gaitas de foles.

Entretanto, os pescadores lançam as redes benzidas ao rio. Todo o peixe que sair no lance é para o pároco.

 

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O Trapiche

 Valença do Trapiche ao Contrabando


O trapiche e o contrabando fazem parte da memória coletiva de Valença.

Em Valença chamam-se trapicheiras e em Tui raianas da Galiza.

Durante décadas as mulheres valencianas e tudenses deram vida ao trapiche, uma forma de “contrabando” legal, autorizado nesta zona da fronteira. A atividade do trapiche consistia em passar produtos na fronteira, sem pagar impostos, que na outra margem do rio poderia ter grande diferencial de preço. O volume de bens a passar por cada trapicheira / raiana era regulado e controlado.


As Apalpadeiras

A Casa da Revistadeira era o local onde estavam as “apalpadeiras” (senhoras que revistavam as trapicheiras) e verificavam os produtos trazidos pelas trapicheiras.



A Indumentária da Trapicheira

A trapicheira dos «velhos tempos» trajava de negro por ser viúva ou por julgar que essa cor traria ao de cima os sentimentos de pena por parte das autoridades.

Mandranas– saias ate aos pés em cores negras, aventais que em todo o cumprimento tinham tubos para colocar o café ou ovos…; “Diz-se que numa mandrana podiam caber até 25 quilos de café, que acrescentados ao peso das sacas levadas à mão e à cabeça, mostram que uma trapicheira podia transportar, a pé, até 50 quilos de mercadoria diversa em cada uma das várias travessias diárias da velha ponte, sob qualquer condições climatéricas.”

Roupas escuras- para apelar à piedade dos guardas, como sendo viúvas;

Blusas de Xita-

Xaile Negro- para cobrir nas ,madrugadas, que camuflava mercadorias;

Lenço à cabeça- dando o nó para camuflar café

Rodilha – usada na cabeça

Avental- de chita, com dois grandes bolsos abertos à altura da barriga, um para as pesetas

Cestas de Vimes- para trazer produtos ou sacas de rede


Arte de “Enganar” as Autoridades

“Os ovos no início iam nas mandranas, mas depois eram levados à cabeça em gamelas de pau. E depois cobríamos por cima com hortaliça para não verem o que levávamos ali.”


Produtos do Trapiche

“Por volta de 1972, às quintas-feiras, dia da feira de Tui, podiam transportar legalmente, com a sua quota de peixe, « seis pastas de chocolate, uma saca de caramelos, três latas de « melocoton », uma garrafa de azeite, um par de pantufas e alguma fruta da época, quantidades a que, pelo Natal, eram acrescentadas outras, também diminutas, de uvas passas, torrão de Alicante, polvo, vinho de missa e conhaque Fundador”

Produtos que iam de Valença para Tui

Café; sabão; tecidos; ovos; farinha; açúcar; produtos agrícolas….

Tui para Valença

alpergatas; produtos alimentares; caramelos; carne; peixe….


Linguajar das Trapicheiras

No aspeto linguístico « a constante foi a adoção e a perversão de vocábulos espanhóis que por força das circunstâncias, lhes eram de uso permanente. Dentre eles queremos exemplificar com a palavra « chirelo», concebida e de utilização tão corrente em todo o vale de Minho, e que nunca tivemos o ensejo de ver recolhida nos dicionários de Língua Portuguesa consultados . « Chirelo » significa chicharro grande, esse peixe azul, de escama grossa e prateada,, gordo, proteico, que durante anos e anos assegurou presença dominante na dieta dos raianos. Deriva, com toda a certeza, do vocábulo castelhano « jurel », que identifica a mesma espécie de peixe, e em que a áspera guturalidade do «j», nada fácil de pronunciar pelas bocas portuguesas, foi cedendo lugar à forma mais branda de «ch» cristalizando, suavemente, em «chirelo

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São Teotónio

São Teotónio é o primeiro santo português!

Nasceu em Ganfei, em 1082, no espaço onde está atualmente a capela de São Teotónio e foi batizado no Mosteiro de Ganfei.
Conselheiro de Dom Afonso Henriques é um dos grandes inspiradores da nacionalidade portuguesa e uma figura marcante da independência de Portugal que os valencianos tem acarinhado, ao longo dos séculos, rendendo uma profunda devoção.
São Teotónio fez várias peregrinações à Terra Santa, homem muito viajado para o seu tempo, robusto e alto para o seu tempo, uma referência cultural da época, conhecedor do seu tempo e da sua sociedade com uma profunda visão de futuro.
A relação de São Teotónio com D. Afonso Henriques era tão forte e tão importante para Portugal que permanecem para sempre sepultados na mesma igreja.
Vários papas tentaram dar-lhe o título de bispo, mas recusou sempre, pela sua humildade.
Em Ganfei é possível visitar a Capela de São Teotónio, erguida no local onde São Teotónio nasceu. No interior da capela conservam-se as relíquias do santo (um dedo do santo) e no edifício da Junta de Freguesia anexa guarda-se vário espólio relativo ao santo.
Nas traseiras da capela a Fonte de Torninho, local onde Teotónio, ia em pequeno buscar a água e a que a cultura popular associa um conjunto de propriedades milagrosas. A fama de águas milagreiras e as lendas à volta da Fonte de Torninho correram séculos e levam muitos devotos a este local.
Ganfei é o destino de peregrinação, ao longo do ano, de muitos
portugueses, mas também de pessoas das mais diversas partes do mundo
na busca das origens de São Teotónio.

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FEIRA ANUAL DOS SANTOS

 

01 e 02 de novembro | durante o dia Passos – Cerdal

A freguesia de Cerdal revive a emblemática Feira dos Santos, sempre nos dias 1 e 2 de Novembro. Mais de 400 tendas de vestuário, louças e calçado, as tasquinhas, a venda de gado, de produtos do campo e maquinarias agrícolas, os parques de diversões e uma infinidade de outros atrativos dão corpo a este evento. Aqui encontra, também, os famosos Pericos dos Santos, Valença é o único local no mundo onde se produzem.

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