O Rio Minho, São Cristovão e os Peregrinos a Santiago
Rio MInho
11 de novembro, 2019
O rio Minho tem associadas, na sua passagem por Valença, várias lendas e tradições. Uma das mais conhecidas associa-se à figura de São Cristovão e ao papel que desempenhou nas travessias do rio antes da existência das barcas.
A tradição local conta que Cristovão, homem de elevadíssima estatura, transportava aos ombros todos aqueles que pretendiam atravessar o rio.
Passou novos e velhos, ricos e pobres e até uma criança, que veio a saber-se ser o Menino Jesus, que quis experimentar a fé e a lealdade do bom gigante.
O povo conta que até com o aparecimento das barcas os préstimos de Cristovão continuaram a ser muito úteis. O bom gigante continuou a carregar as almas daqueles que, após a morte, tinham de peregrinar até Santiago, em especial os que não tinham tido a sorte de levar no caixão as necessárias moedas para pagar a travessia ao barqueiro. É que, de acordo com uma velha tradição minhota, todo o bom cristão deveria ir, pelo menos uma vez na vida, como peregrino a Compostela.
Se o não fizessem em devida altura, tinha de lá ir como defunto, num trajecto em que era necessário atravessar sete rios, o que acarretava pagar aos barqueiros. A sua acção foi tão profícua que os povos em redor do rio até o escolheram para padroeiro de uma das suas paróquias: Gondomil.